sexta-feira, agosto 11, 2006

Um dia de Pipoqueiro

Em minha praça, luz escassa
Arrumo aos poucos, meus instrumentos
E ao relento, simples jornada
Vou registrando os movimentos

Óleo quente, fumaça ao vento
Os grãos de milho a pipocar
Olhos ardentes, o ritmo lento
A iminência de um fervilhar

No vaivém da minha panela
As mãos repetem o pipocar
O ritmo tímido, já se acelera
E já não me compete o relatar

Sigo mexendo, sigo mirando
O odor se espalha no ar
Se entrelaça a outros, segue vagando
E acaba revelando outro par

Doce ou salgada?
Quem iria desconfiar...
Mãe e filho brincam na praça
E ao lado, um homem a piscar

Triste coincidência
O marido resolve passear
Foi-se o encontro. Paciência!
Uma pipoquinha para relaxar...

Coloca canela, adiciona melado
Os sentimentos a sufocar
Sacode a panela, mais queijo-ralado
Lances implícitos a estourar

E nessa mistura de cores e odores
Vou tirando meu nobre sustento
Não pelos trocados, jogados ao vento
Mas pelos amores, meu doce alimento.

4 Comments:

At 5:27 PM, Anonymous Anônimo said...

Parabéns Moni,
Fez uma poesia sob as lentes de um pipoqueiro... ficou bem legal!
Consegui viajar e por instantes acreditar que a observação do amor, das pessoas, das diversas interações bastava. E agora me pergunto pq não sou desprendido das coisas materiais e consigo humildemente e bem simplista não me importar com o dinheiro... moedas ao vento.
bjão linda
Leandro

 
At 8:26 PM, Anonymous Anônimo said...

Monikita, vc escreveu essa poesia?
É linda!
Adorei muito!

Te desejo muito sucesso, menina. Vc sabe que mesmo sem termos muito contato, eu to sempre torcendo por vc!

Beijão!

 
At 9:42 AM, Anonymous Anônimo said...

A-mi-ga...
demorou mas escrevi para vc...
Isso, mesmo: escreva, escreva muito! Além de ser uma ótima terapia, pode ser um grande futuro, hehehe. Te amo.
Bjs

 
At 2:57 PM, Anonymous Anônimo said...

Lindo nica essa "visão" do ser humano, por detrás do pipocar...
É tão fácil e previsível o ser humano, que as pessoas tendem a dificultar essa visão! Simplesmente desprender-se do superfulo e inteirar-se do íntimo, coisas que só as pessoas sensíveis e atentas podem fazê-lo.
Como seu amigo disse dá pra viajar nessa poesia... E sabe pq? Pela simplicidade do amor!
Linda!!! Não preciso dizer que vc é dez!
Bjaum!

 

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