sexta-feira, maio 19, 2006

A Paz Capitalista

Há muito se fala em paz. Entretanto, tal palavra, vem, ao longo dos anos, incorporando valores que, apesar de existirem, não eram empregados freqüentemente. Foi-se o tempo em que ter Paz era “deitar e dormir o sono dos justos”. Se antes, a honestidade e a integridade moral proporcionavam uma vida serena, nos dias de hoje é necessário muito mais do que esforço individual para financiar a tranqüilidade. É como se a desenfreada corrida capitalista invadisse também a moral social.
É triste constatar, mas a inflação, os juros e a correção não são requintes somente da economia, podemos vê-los refletidos também no setor antes chamado “social”. Assim como a moeda agrega ou desagrega valores segundo as variações do mercado, a Paz vem adquirindo conceitos (quase sempre disparatados) com o decorrer das gerações. É como se cada nova geração legasse à palavra um mundo de sentidos.
Outro paralelo possível é a relação entre o aumento de exigências de perfil do “trabalhador moderno” e a precisão de pré-requisitos cada vez mais absurdos para a conquista da Paz. É aceitável que se exija uma qualificação dos trabalhadores, que precisam estar aptos a enfrentar diariamente as engrenagens do capitalismo, mas será que é preciso conhecimentos profundos da vida e da ciência para lidar com o Sossego?
Vivemos uma lógica do absurdo. Embora sacrifiquemos nossas vozes e corpos em intermináveis protestos, não percebemos nossa falha brutal: o conformismo. Nossas batalhas já estão perdidas antes mesmo de iniciarmos a guerra, isso porque nos acostumamos com o caos, pensamos ser inevitável a perturbação da ordem. Intrinsecamente acreditamos numa redenção própria e unicamente póstuma. Não é à toa que talhamos nos epitáfios a inscrição “Descanse em Paz”. Projetamos nossos anseios no desconhecido enquanto nos esforçamos para atender às exigências da vida moderna.
A sociedade está anestesiada. Até quando vamos nos enganar e dormir nosso sono tranqüilo (aquele dos justos!) enquanto nos armamos em nome da Paz? É preciso atitude, ou então, nunca quebraremos a inércia, e os revolucionários continuarão a ser vistos como ultrapassados não adaptados à modernidade, simplesmente fora do mercado...

4 Comments:

At 3:36 PM, Anonymous Anônimo said...

Oi!

 
At 3:29 AM, Anonymous Anônimo said...

OLA MONICA!!!!! VIU..FALEI Q PASSARIA AQUI...BEM, PASSEI POR AQUI POR VC SER UMA PESSOA MTO BACANA,C/ENERGIA MTO BOA, POSITIVA. CONTINUE SENDO ESSA PESSOA FORTE, DE BATALHA..ESSAS CHEGAM LONGE..E VC VAI CHEGAR! APESAR DE CONHECER VC POUCO TEMPO, UNS 7 MESES,RS, CONSIDERO VC UMA AMIGA. MTA SORTE E FORÇA NESSA VIDA! UM GRENDE ABRAÇO P VC!!!!!!!!!!!!

 
At 10:03 PM, Anonymous Anônimo said...

Tania declara:vc é muito lindinha,a filha q eu não tive Deus te abençõe.

 
At 4:11 PM, Anonymous Anônimo said...

Amei. VC e 10...
jULIANA

 

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